16/02/2009

Poema do eterno retorno

Há o teu rosto dentro do teu rosto: único e múltiplo.
As tuas mãos de outrora nas tuas mãos de agora
há o primeiro amor que é sempre o último
antes do tempo ou só depois da hora.

E vinhas de tão longe. E era tão fundo.
Eu conheço-te. E era por mim. E era por ti. E era por dois.
E havia na tua voz o príncipio do mundo.
E era antes da Terra. E era depois.


in Livro do Português Errante
Manuel Alegre

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