01/07/2009

Pois é... Pois é... Pois é...

Já lá vai algum tempo desde a última vez que escrevi algo por cá. De facto, tenho andado ausente, por aqui e por ali, mas sempre com vontade de vir para cá mandar uns "bitaites" a propósito de tudo e de nada, das coisas mais surreais ou mesmo banais. Tenho percorrido os caminhos da "blogoesfera", leio textos de morrer a rir, textos de morrer a chorar, textos de morrer de horror... A variedade é muita, os gostos ainda mais. E é neste momento que considero sábio parar por aqui senão ainda sou bem capaz de ferir susceptibilidades. Ando mordaz... deveras mordaz...
Desta vez deparei-me com o excerto de um texto que me tocou particular e especialmente. Não sei como cheguei a ele, nem tão pouco porque cheguei a ele, mas garanto-vos que as pesquisas cibernáuticas por vezes fazem maravilhas. Sinceramente, faz todo o sentido nesta altura e, apesar de não ser grande fã desta senhora (isto para não dizer que não sou fã de todo!), decidi partilhá-lo convosco. O excerto em questão dispensa grandes comentários - fala por si em cada palavra, a cada linha, a cada vírgula ou ponto final. A escritora muito menos necessita de apresentações - Margarida Rebelo Pinto.

"A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda por nossa causa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes, demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda não querem. Os verdadeiros príncipes encantados não têm pressa na conquista, porque já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que, no futuro, nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz, e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução. Eles querem ter a certeza de que não se vão enganar. O príncipe encantado nao é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz "amo-te", mas o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é o que passa de vez em quando férias com os amigos. O príncipe que sabe o que quer não é a melhor pessoa do mundo; é o melhor namorado do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos amigos e que ainda arranja um lugar num jantar para os amigos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que quando está cansado, fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Ora, com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que, às vezes, nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que, um dia, podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixá-lo ficar um dia atrás do outro. Se for mesmo ele, fica."

... I rest my case ...

1 comentário:

Anónimo disse...

não posso estar mais de acordo, apesar de tudo!! isto so me faz sentir mesquinhas por as vezes pegar com coisas minúsculas...
enfim..temos mm de dar mais valor aos nossos sapinhos, mas, de vez em qd,bem que eles podem se disfarçar de príncipes..sempre são mais bonitos e apresentáveis para a família conhecer hehehe
beijis kida